Havia um homem, um senhor na verdade. Ele era muito rico e muito sábio, ao acordar em um domingo, em sua bela e acolhedora casa, pensou: Hoje eu estou disposto a fazer mais uma daquelas visitas especiais.
O Senhor Generoso chamou seu companheiro e também motorista, cujo nome era Gabriel, e disse: — Gabriel, mande uma mensagem para o carcereiro, comunicando que hoje vou ao seu local de trabalho, vou fazer uma visita para os seus clientes.
O Senhor Generoso tomou o seu café da manhã enquanto Gabriel, o seu motorista mensageiro preparava o carro; conhecendo aquele homem e sua extrema generosidade, Gabriel já conhecia o trajeto.
Chegando no local o Senhor Generoso esperou as portas ou melhor as celas se abrirem, pois a presença Dele causava grande expectativa em quase todos. O carcereiro o recebeu e lhe contou como estava sendo os seus dias de trabalho, e falou um pouco sobre seus novos moradores.
Andando pelos corredores, o Senhor Generoso percebeu que uma das celas não tinha sido aberta, parou e perguntou: — Porque esta cela não foi aberta?
O carcereiro respondeu: — Meu cliente não quer ver ninguém! E também não se importou com a sua chegada.
O Senhor Generoso se aproximou da cela e percebeu que aquele homem murmurava o tempo todo, enquanto inquieto andava de uma lado para o outro. Ele parou e ouviu as reclamações daquele homem, que eram mais ou menos assim : — Eu só queria me divertir, curtir a vida, fazer a minha vontade, sentir prazer, e agora este carcereiro não me deixa sair daqui, e ainda me avisou que estou preso por querer fazer tudo do meu jeito. Estou preso, em prisões que o meu próprio ego causou. Estou preso, nas minhas vontades!
Aquele homem totalmente inconformado mal conseguia conter os seus pensamentos, e assim permanecia preso na cela dos seus desejos.
O senhor generoso o interrompeu e disse:
— Bom dia! Quero lhe fazer um anúncio.
A pessoa mal esperou ele terminar a frase, e respondeu asperamente: — Eu tenho muitos problemas para resolver, não tenho tempo para dar ouvidos a esse tipo de mensagem, não mesmo.
O senhor Generoso olhou para o seu motorista e companheiro e disse:— Ele não me conhece, eu sou insistente! Falou isso enquanto dava um leve sorriso.
Dirigiu o rosto para aquela pessoa dentro da cela, e disse para o carcereiro:
— Abra a cela dele!
Naquele instante o homem parou e olhou para o senhor Generoso e disse: — Mas eu nem quis falar com você, e agora você manda abrir a minha cela. Vai se vingar de mim, porque eu não te dei ouvidos, nem para você nem para sua mensagem?
Novamente o senhor Generoso sorriu, olhou para o seu mensageiro Gabriel e disse:
— realmente ele ainda não me conhece!
A cela foi aberta, o senhor Generoso passou a mão sobre o ombro daquela pessoa e começou a caminhar com ele para fora, sem se importar com as roupas sujas, velhas e o cheiro ruim que aquela pessoa exalava.
Aquele homem ainda receoso perguntou:
— O que você vai fazer comigo?
O senhor Generoso respondeu: — Eu vou te justificar!
Vou pagar a sua fiança, não importa o motivo da sua prisão, a partir de hoje vou te tornar uma pessoa livre.
Vou tirar você daqui!
Vou te dar um banho!
Vou te dar roupas limpas!
Vou te dar sapatos novos!
Vou te dar uma nova vida!
Ouvindo essas palavras lado a lado, o senhor Generoso e aquele homem foram saindo daquele lugar, ao chegar no estacionamento Gabriel, o motorista e mensageiro, foi para o seu lugar, conhecendo toda gentileza de seu Senhor, ele se assentou enquanto o próprio Senhor generoso abria a porta para aquela pessoa recém retirada da sua prisão: da cela dos desejos.
Entraram no carro e fizeram um trajeto em paz, rapidamente chegaram em uma bela rua, o motorista estacionou o carro na frente da mansão do Senhor generoso, ele desceu para abrir a porta e eles saíram do carro.
O senhor Generoso disse para aquela pessoa: — Tenho algo para te anunciar!
Agora esta será a sua casa.
Eu decidi que vou te adotar!
Vou te dar o meu sobrenome!
Vou te dar tudo que é meu!
Vou te dar acesso aos meus bens.
Vou te ensinar um novo estilo de vida.
O homem achando tudo extremamente estranho, sem ter entendimento para compreender tanta generosidade, olhou para aquela rua calma , olhou para aqueles dois homens bons e cheios de gentileza, vendo que não havia mais cadeias e nem carcereiro para segurá-lo, simplesmente fugiu, saiu correndo deixando para trás o mensageiro e o Senhor Generoso.
Agora eu te pergunto.
Quem era aquele aquela pessoa?
Quem foi retirado das prisões feitas por seguir suas vontades e prazeres deste mundo?
Quem por muitas vezes não aceitou o convite de ser filho?
Qual a sua opinião?
Qual o nome dele ou dela?
Quem era?
Ao olhar no espelho da nossa alma contaminada pelo pecado encontraremos a resposta: Nós!
Que por muitas vezes corremos dos mensageiros de Deus e deste amor generosamente extravagante, que nos justifica porque Ele nos amou primeiro.
( 1 João 4: 19 ).